Acervo


Pautado no ideal de salvaguardar a memória da cultura popular da região, o acervo inicial do MCS/UEFS foi formado por peças de artesanato, doados pelo Lions Clube. Para Raimundo Gama, primeiro diretor do Museu, essa coleção “referendou um processo simbólico de práticas que configuraram uma identidade sertaneja reunindo “peças de funilaria (fifós, utensílios domésticos, peneiras, chaleiras, etc.), material de caça e pesca, peças agropastoris, cerâmica artística e utilitária, artigos de fibras e couro, com validade para a escrita da história do sertão baiano pela narrativa de uma cultura popular de identidade sertaneja.

Em 1995, foram incorporadas ao acervo do MCS/UEFS peças de couro que pertenceram ao Museu Regional de Arte de Feira de Santana (MRA), transferidas para a Casa do Sertão, após a vinculação do Museu Regional de Arte à UEFS, e a implantação do CUCA.

O acervo do Museu está estritamente relacionado às populações do Nordeste brasileiro e, dessa forma, é de especial interesse tanto no que diz respeito à sua heterogeneidade, quanto pela sua beleza e riqueza, traço marcante da arte popular dessa região. Atualmente, o MCS/UEFS possui um acervo diverso, formado pelas seguintes coleções: caça e guerra, artes visuais, construção, interiores, trabalho, lazer e desporto, insígnias, objetos cerimoniais, comunicação, transporte, objetos pessoais, castigo e penitência, medição/registro/observação/processamento/embalagens, e amostras/fragmentos[1].

Além das coleções museológicas, possui acervo bibliográfico e documental, formado por livros, documentos manuscritos e impressos, revistas, jornais, fotografias, periódicos, folhetos de cordéis, coleções de recortes de jornais e revistas e mapoteca, disponibilizadas para pesquisa pública na BSMG.

De maneira geral, essas coleções retratam a vida do homem sertanejo, aspectos sociais, religiosos, lúdicos, formando um rico manancial de fontes para o estudo e preservação da história e memória da sociedade sertaneja de Feira de Santana e região. Contudo, cada documento, cada peça do seu acervo, mais do que objetos estanques podem e devem ser considerados como elementos representativos de uma produção histórica e cultural.


[1]Essa divisão corresponde a classificação específica do objeto, seguindo procedimentos instituídos pelos seguintes guias: FERREZ, Helena Dood; BIANCHINI, Maria Helena S. Thesauros para acervos museológicos. Rio de Janeiro: MINC/SPHAN/ Fundação Nacional Pró Memória/ MHN, 1987. 2 v. e CENTRO NACIONAL DE FOLCLORE E CULTURA POPULAR (org.). Tesauros de Folclore e Cultura Popular Brasileira. Disponível em: http://www.cnfcp.gov.br/tesauro/.

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