Exposições
Mostras da Reabertura
A exposição Tangerinos Rastro de Boi Caminhos da Saudade, do fotografo, historiador e discente da Especialização em História da Bahia UEFS Miguel Teles, pode ser traduzida enquanto poesia material sobre um enigmático personagem da cultura sertaneja que é colocado evidência por meio de relatos históricos e imagéticos, potencializados pela mescla com o acervo institucional.
A exposição Tangerinos Rastro de Boi Caminhos da Saudade, do fotografo, historiador e discente da Especialização em História da Bahia UEFS Miguel Teles, pode ser traduzida enquanto poesia material sobre um enigmático personagem da cultura sertaneja que é colocado evidência por meio de relatos históricos e imagéticos, potencializados pela mescla com o acervo institucional.
EXPOSIÇÃO
AQUI ONDE ESTOU por ZéCarlos Sampaio
A presente mostra busca unir sensibilidade e subjetividade artística para elencar poéticas visuais da realidade sociocultural sertaneja, em especial, alguns aspectos de seu cotidiano, que se tornam evidências de potentes relatos construídos com feições realistas, figurativas e perpassam saberes estéticos, históricos, geográficos e sobretudo de crítica social.
As inspirações e óticas deste cronista visual de seu tempo, emergem e circundam sertões, onde ele enfatiza que “o foco são as pessoas que são felizes com a simplicidade da vida do seu habitat natural, representadas com produções imagéticas feitas com barro, tinta acrílica e aquarelas” tons terrosos em que se afirmam entre outros aspectos, os estereótipos, sua denúncia e superação.
A proposta de ZéCarlos Sampaio é trazer ao Museu Casa do Sertão uma montagem leve, com poucos elementos expositivos e que figure como contraponto estético, materializado tanto na paleta de cores vibrantes, que delineiam as mulheres, homens e crianças “sem rostos” (da Série Cotidiano); bem como da produção “Nordestino que Somos” que reúne em doze composições de pequeno porte, um mosaico formado apenas por rostos, com traços, cores e personagens que remetem ao mundo da ilustração, dos HQ’s (história em quadrinhos) e ou mesmo do cordel, sem dúvidas, um grande atrativo ao público jovem.
A mostra externaliza um universo particular e sensível as agruras sofridas pelo povo do Nordeste, e assim sendo, nota-se que o artista toma posição e esboça seu solidário e singelo manifesto às relações com os indivíduos e o meio. Melhor exemplo são as representações evocadas com a instalação “Prateleiras da Venda de Seu Zé” uma montagem que versa sobre temáticas tão em voga hoje dia como o valor das coisas, afetos e pertencimentos, ali operados, pela articulação entre acervos constituídos de reaproveitamento e potenciais memórias que podem emergir do contato visual com um cenário que remete a banal e peculiar atmosfera das vendas do interior do país, ressaltando nesta construção, a importância da circulação de “informações de vida” contidas nesta inusitada instalação artística.
Cristiano Silva Cardoso
Museólogo UEFS