Meu Santo Antônio: Registros de uma devoção domiciliar

Apresentação sem título

Exposição Virtual

“Meu Santo Antônio: registros de uma devoção domiciliar”

A exposição foi produzida de forma coletiva e colaborativa com devotos das cidades de Feira de Santana, Conceição do Coité, Salvador, Alagoinhas, Ilha de Itaparica e Niterói-RJ, ressaltando, cada um a seu modo, excepcionalidades na guarda de imagens religiosas, que em muitos casos, acompanham a família por gerações e delineiam práticas devocionais nesses diferentes lares.

Tomada por diversificadas motivações, a presença da imagem de uma figura masculina, que nos braços sustenta uma criança e um livro sagrado, ganha fundamental importância em muitos domicílios, denotando uma infinidade de variáveis, tanto nos campos tangíveis, ligados à forma das imagens como, tamanho, material constitutivo, paleta de cores e acessórios; quanto nos aspectos intangíveis como identidade, cultura e fé. Desse modo, a exposição busca destacar, por meio de fotografias autorais, imagens de Santo Antônio, que conservadas na intimidade doméstica, produzem fruição de memórias e distintas e afetivas narrativas em torno da devoção ao Santo, traçando um breve painel sobre a cultura popular nordestina com suas simbologias e crenças.

O dinâmico processo curatorial pautou-se na cotidianidade exterior ao museu e teve por desafio a apropriação por parte da comunidade de conceitos e processos do fazer museal como: preservação, documentação e exposição de bens culturais, para assim, compor o presente arranjo comunicativo de partilha de aspectos e práticas patrimoniais com expressividade popular que são conservados no ambiente doméstico.

A vivência com o atual cenário nos impõe novos ritmos de vida, como a necessidade do distanciamento social. Desse modo, o convite à atuação da comunidade externa para a composição de um inventário participativo, transcende os objetivos primordiais a uma produção expositiva e lega aprendizados e esforços institucionais na tarefa de reinventarmo-nos, através do engajamento digital e da ampliação de conteúdo online, para a continuidade da missão museológica de estímulo a reflexão e apropriação dos bens culturais, fundamentais a sociedade.

Registre-se nosso agradecimento à generosidade dos devotos que acolheram a proposta e abriram seus lares a fim de compartilhar, além das imagens, lembranças e narrativas afetivas sobre Santo Antônio. Desenvolver um trabalho com a colaboração da comunidade é um estímulo para olharmos para o futuro, um tempo pós-pandemia, quando será possível a retomada gradual dos serviços presenciais na nossa “casa”, no Museu Casa do Sertão, para também dividir com todos, as histórias e memórias presentes no nosso acervo.